domingo, 12 de abril de 2015

Inauguração da Exposição "Flamenco é Livre o Toureio Não" de Pedro Nunes dia 16 Abril pela 18,30

Um Toureiro de Arte
na Arte da Pintura…

Conheci o Pedro Nunes, há muitos, muitos anos, no buliço do mondillo…acompanhando cuadrillas ou grupos de aficionados e, simpatizando logo com ele, sempre o considerei um taurino. Pelas suas maneiras de estar, de ser e de fazer… é amável e solícito, é voluntarioso, tem o dom da conversação, bom companheiro de caminho – o tal caminho que se faz caminhando! –, é boémio, gosta da boa vida, é solidário, é amigo do seu amigo e sempre lhe reconheci uma eterna paixão pelo mundo da Festa. Sempre considerei que ser Taurino é um estatuto, uma condição de privilégio e de eleição… sou do tempo e das gerações de taurinos de oiro que fizeram e são história. Mas, a par de sentir todo o taurinismo do Pedro Nunes, intui-lhe um sonho maior…ser Toureiro. E, não um toureiro qualquer, nem sequer um toureiro com técnica e valor… não. O Pedro Nunes, pela sua vida e carreira, em constantes faenas de pellizco, quis ser (é!) Toureiro de Arte…e, se não o conseguiu nas arenas, conseguiu ser Maestro na Arte Grande de desenhar e pintar…e com que propriedade nos brinda com os seus impressivos jogos cromáticos, a subtileza dos movimentos, a graciosidade das formas em obras, prenhes de animação, que se eternizam no olhar, na alma e no coração de quem lhe conhece o percurso de Artista enamorado pela sua Arte.
Nesta exposição – Homenagem justa, devida, merecida e sentida ao Matador de Toiros Armando Soares –, a que Pedro Nunes deu o nome de “O Flamenco é Livre, o Toureio não”, onde podemos apreciar as tocantes telas Cuadrillas – a da fonda e a do tablao ao jeito dos quadros de sensível inspiração costumbrista de oitocentos, são tema dominante e central da mostra, alguns conjuntos de duas telas que, de forma harmoniosa, quase requintada e diáfana, se completam, dando uma leitura conjunta à maravilhosa energia criadora, à voluptuosidade e à sensualidade da Arte de Tourear e da Arte de Dançar o Flamenco. É a magia desses dois mundos – o Toureio e o Flamenco – em que o superior e divino sopro de Deus, a que chamamos génio, dá intemporalidade, que Pedro Nunes nos (re)cria e oferece, em representações figurativas, onde o corpo da mulher e do homem, em artes distintas, se fundem numa dança ritual, cabal, de sentimentos e emoções que só nos pode desejar olhar, ver, escutar e sentir o belo e o transcendente dessas expressões ibéricas que são as nossas raízes mais profundas e telúricas.

Vítor Escudero

(Academia Nacional de Belas Artes)







Inauguração da Exposição "Flamenco é Livre o Toureio Não" do artista Plástico Pedro Nunes
Organização e Curadoria; Métis Eventos

"On the Job"

Pintura a óleo de um pormenor - Bailaora




1 comentário: