segunda-feira, 1 de setembro de 2014

MUXIMA - pintar África no Coração

Libertei-me de todas as intenções. Não sei bem explicar a razão, mas a verdade é que, de súbito, surgiu esta vontade da representação abstracta de um regresso a África, através do coração, do seu pulsar, da sua cor, da vida. Um regresso à minha casa diante do mar, às cores, ao sol, às sombras.
Nestas cores de cascas de árvores englobadas na terra, que me fazem relembrar a minha infância existe o calor e ternura que quero transmitir pelas cores e traços, dar-lhes uma presença e uma nostalgia pela sua ausência. Dezasseis anos à sombra das árvores angolanas por onde deambulava livremente, deixaram marcas… Saudades... Ah! Aquelas escapadelas de casa, sem qualquer aviso à família, só para sentir os pés contra o solo quente, como dizia Sophia de Mello Breyner Andersen, sentir o cheiro da terra das árvores e do vento.
São Nunes


                                                     


                                                             A música será de índole africana. 
                             Momento musical com Ricardo Gouveia, angolano natural de Luanda

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